André Lopes

14 de nov. de 2025

Presencial

iFood DF2U

O DF2U (Dreamforce to You) foi um evento apresentado pela Salesforce no nosso escritório em São Paulo, feito sob medida para o time do iFood. A proposta é simples, mas poderosa… pegar tudo o que foi anunciado no Dreamforce e traduzir para uma conversa aplicável, conectada aos desafios e oportunidades reais de um negócio específico.

Recebemos a liderança e os times do comercial B2B do iFood para um dia de imersão. E, dentro desse contexto, eu liderei a apresentação das novidades relacionadas à plataforma de Agentes de IA da Salesforce, o Agentforce.

O que tornou esse encontro especial não foi só o conteúdo. Foi o encaixe perfeito entre tecnologia de ponta e uma organização que já opera com mentalidade de produto, dados e iteração rápida.

TL;DR

  • Fizemos um DF2U para o iFood no escritório da Salesforce em São Paulo, com a liderança e o time comercial B2B.

  • Eu liderei a imersão nas novidades do Agentforce e conectei tudo com um caso real: a Diana, agente que ajudei a colocar em produção no iFood.

  • O foco foi pragmático, com determinismo, contexto inteligente, experiência de construção e ativação por voz com arquitetura viável em escala.

  • Encerramos com uma visão muito clara, de que Agentes não são “features”. São um novo modelo operacional e o iFood está preparado para isso.


Explicando IA com uma referência

Eu tive a sorte de poder fazer uma ponte rara, conectar as novidades do Dreamforce com um agente de IA que eu ajudei a desenvolver e colocar em produção no iFood, a nossa querida Diana.

Quando você fala de agentes de IA de forma abstrata, sempre existe o risco de a conversa virar demo. Quando você ancora a discussão em um agente real, em produção, com usuário real, com métrica real, a conversa muda de patamar. Vira engenharia, governança e decisões de produto.

A Diana foi um ótimo espelho para discutir o que funciona, o que dá trabalho, onde estão as armadilhas e o que separa um protótipo “impressionante” de um sistema confiável. Isso também ajuda o time de negócio a entender que agente de IA não é um chatbot melhorado. É um componente operacional que precisa de processo, dados, controle e evolução contínua.

Determinismo é a diferença entre um Agente útil e um Agente arriscado

Um ponto central da apresentação foi controle de determinismo. Em empresas rápidas e ambiciosas como o iFood, existe um apetite enorme por inovação. Mas existe também uma realidade de que áreas comerciais e operações não podem depender de respostas imprevisíveis.

O desafio é equilibrar duas coisas que parecem opostas, mas não são:

  • A capacidade criativa e flexível do modelo, útil em brainstorming, variações de mensagens e síntese de informações.

  • O comportamento determinístico, essencial quando o agente executa processos, aplica política comercial, segue regras e precisa ser auditável.

Mostrei como esse controle não é “mágica do modelo”. É desenho de sistema, com regras, validações, passos explícitos, checagens antes de agir, limites de autonomia e mecanismos para o agente saber quando parar e pedir confirmação.

Em outras palavras, determinismo não é só uma configuração. É uma decisão de produto e de risco.

E que também a possibilidade de executar Ações, ou Tools Calling, antes e depois do processo de reasoning do Agente permite um controle excepcional sobre como o Agente irá se comportar antes, durante e depois cada interação com cada usuário final.

O objetivo deixa de ser “responder bem” e vira “decidir bem”

O segundo eixo foi Intelligent Context, ou, na prática, a maturidade de contexto que um Agente precisa para atuar como um bom operador de negócio.

Na vida real, contexto não é só documento. Contexto é:

  • Histórico do cliente e interações anteriores

  • Regras comerciais e políticas internas

  • Catálogo, condições, disponibilidade, exceções

  • Sinais de intenção e timing

  • Linguagem e padrões do time que atende

Expliquei como “dar contexto” para um agente não é despejar informação. É curadoria. É montar uma visão coerente do que importa agora, no momento certo, no formato certo.

E aqui a cultura do iFood brilha, porque eles são Data-Driven de verdade. Testam rápido, falham rápido, aprendem rápido e evoluem rápido. Isso cria um ambiente onde discutir contexto com seriedade é natural, porque já existe a disciplina de medir, versionar e melhorar.

Agente de Voz no WhatsApp

O tema de voz foi um dos mais interessantes porque ele muda o jogo em experiência e adoção. Voz não é só conveniência. Ela reduz atrito e coloca o agente no canal mais “humano” possível.

Falamos sobre os desafios técnicos que quase ninguém comenta em público, como latência, percepção do usuário, consistência do entendimento, trade-offs entre arquiteturas Audio-to-Audio versus pipelines com transcrição e síntese, e a importância de otimizar o reasoning para evitar aquele silêncio que mata a experiência.

Mas o ponto que realmente conectou com o iFood foi a visão de ativar agentes com voz em canais que já são padrão no Brasil, como o WhatsApp. Quando você coloca voz nesse canal, você não está fazendo uma demo futurista. Você está aproximando um Agente de IA do ambiente real onde as pessoas trabalham e resolvem coisas.

E aí o agente deixa de ser “uma nova tela” e vira uma camada operacional sempre disponível.

Por que esse encontro com o iFood foi diferente

Eu gosto muito de trabalhar com o iFood por um motivo simples… eles tratam tecnologia como alavanca de negócio, mas com disciplina de execução. Eles aprendem rápido porque sabem medir. Eles evoluem rápido porque sabem priorizar. E são extremamente organizados para uma empresa que se move na velocidade em que eles se movem.

Além disso, não é a primeira vez que fazemos eventos juntos para falar de IA de forma séria. Já nos reunimos para ensinar os times de negócio a construir intuição sobre agentes, priorização, governança e ciclo de vida de produtos de IA. O iFood gosta de aprender, e isso não é detalhe cultural. É vantagem competitiva.

Eu já vi outras empresas de food delivery fora do Brasil tentando entender como o iFood opera e como eles estão encarando IA no dia a dia. E isso diz muito. Eles não estão só acompanhando a tendência. Eles estão ajudando a definir o padrão.

Fechei esse DF2U com a mesma sensação que tenho depois de projetos importantes. É um privilégio trabalhar ao lado de um cliente que combina ambição, velocidade e maturidade.

Obrigado ao iFood pela confiança, pela parceria e pela oportunidade de transformar novidade em execução. ❤️

André Lopes

14 de nov. de 2025

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